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Valeu a pena esperar...


E como valeu a pena esperar... 
Retorno da Fórmula 1 conta com
corrida atípica e sensacional

(por Paulo Martins - 15:34)

   Talvez este seja o maior artigo na Central, devido à imensa gama de coisas que aconteceram no GP de abertura da temporada 2020 da F1, a septuagésima na história. Abaixo, temos a imagem da corrida, quando Alexander Albon (da Red Bull) foi tocado por Lewis Hamilton (da Mercedes), no retorno pós safety car nas últimas voltas. Albon, de pneus mais novos e mais rápido que as "problemáticas" Mercedes, tentou a ultrapassagem na primeira curva do setor 2, foi tocado, e não pôde alcançar as flechas de prata, que se vestiram de negro, contra o racismo.
 

Carro 23 de Alex Albon na caixa de brita após acidente
(Reprodução: F1 / Globo)


  • Ainda que mais rápida, Mercedes enfrenta problemas técnicos 

   A 
"flecha negra" (em referência à cor que a equipe alemã usará nesta temporada) enfrentou problemas nos seus compartimentos: em elétrica e no câmbio, além de (por incrível que pareça) haver problema de superaquecimento devido à nova cor do carro, que absorve mais energia, em meio ao calor da tarde em Spielberg. Ordens e alertas de cautela foram dados aos dois pilotos da Mercedes, principalmente quando do abandono de Lance Stroll, da Racing Point, que usa motor Mercedes. 

   Apesar destes, as equipes que usaram este motor, disfrutaram da sua capacidade ao limite máximo, com destaque para o mexicano Sérgio Pérez, que por boa parte da corrida esteve em terceiro lugar, largando e concluindo a corrida em sexto lugar (devido a uma penalidade por velocidade excessiva nos boxes, contra Norris, pela posição enquanto o safety car esteve em pista): uma boa posição para quem apenas lutava por minguados pontos nas últimas temporadas.

   Na equipe hexacampeã de construtores, o domínio de Valtteri Bottas veio desde a largada, ainda que com Hamilton próximo por duas vezes: entre as duas chamadas do safety car, mais proximamente das dezenas de voltas 40 e 50; e no final da corrida, quando Hamilton, punido pelo acidente com Albon, buscou aumentar a distância de 5 segundos dos carros atrás, para hangariar o máximo de pontos, logrando apenas o quarto lugar: um início amargo para o inglês em uma temporada que mostra sua necessidade de mostrar-se vitorioso e transmissor das mensagens as quais este é ativista. Hamilton largou em 5°, por acelerar no qualificatório em bandeira amarela: apesar de ter feito o segundo melhor tempo, a FIA o penalizou em três posições na largada por isso. Decisão foi tomada apenas horas antes da corrida, já no domingo. Bottas, pole e vencedor, mostra sua face de que pode vencer e caso sua boa fase siga (assim como o azar de seu companheiro), o finlandês poderá ser prioridade para ser campeão pela primeira vez. Esta vitória é a oitava de sua carreira, e, por dois anos seguidos, Bottas vence a primeira etapa do campeonato.



Os destaques do fim de semana, Lando Norris e Valtteri Bottas no pódio
(Reprodução: F1 / Globo)


  • Não mais um "GP2 engine"

   A frase utilizada por Fernando Alonso, quando piloto do time inglês, é uma fase que tende a ser superada. A grata surpresa do fim de semana, além da Racing Point, foi a volta forte da McLaren, com ambos pilotos. Mais com Lando Norris do que com o futuro ferrarista Carlos Sainz: respectivamente largando em terceiro e oitavo, os carros laranjas (que a aprtir da próxima temporada contarão com motor Mercedes) ditaram interessante ritmo ao largo da corrida, com Sainz escalando posições à medida que pilotos adiante abandonavam e tomavam penalidades (no caso de Pérez); e com o jovem Norris suportando a pressão da forma que dava: na largada contra Verstappen, na sequência sendo ultrapassado por Albon e por Hamilton, voltas depois. Próximo às voltas finais, ambos companheiros de equipe brigaram por posição, após serem deixados para trás por Charles Leclerc, desta vez com o inglês mantendo posição, acelerando em quarto, sendo advertido da sanção de seu compatriota, e acelerando para, na última volta, fazer o tempo mais rápido da corrida (com 1:07.475), reduzir a distância para Hamilton abaixo de 5 segundos (de penalidade) para alcançar o merecido primeiro pódio da carreira, na Fórmula 1. Norris terá a companhia do australiano Daniel Ricciardo na próxima temporada, fazendo a McLaren sonhar com a volta aos tempos gloriosos.



Festa do jovem inglês de 20 anos, em seu primeiro pódio na carreira
(Reprodução: F1 / Globo)


  • Um dia de desastre para a anfitriã

   Dona do circuito (de nome oficial Red Bull Ring), a equipe da casa tinha expectativa por todos os lados, por ser vista como equipe capaz de bater a poderosa Mercedes. Até mesmo uma estratégia diferente dos carros do topo do grid de largada por parte da promessa Max Verstappen (vencedor das corridas na Áustria nos dois últimos anos, que buscava igualar o recordista do circuito, Alain Prost) foi por água abaixo na volta 14, quando por um problema elétrico, nas "juntas", causou a desclassificação do holandês. Cabia agora a Alexander Albon, o outro piloto da escuderia, corresponder a falta do companheiro. E ia tudo bem desde a largada em sexto, passando pelas ultrapassagens e por pitstops oportunos, principalmente quando da entrada do safety car: de pneus mais rápidos, podendo ultrapssar as duas Mercedes e vencer a corrida, Albon atacou Hamilton na volta 61, e foi (não tão sutilmente) tocado por Lewis Hamilton, saindo da pista, perdendo a corrida. Não bastasse tamanha maré de azar, o tailandês abandonou, com problemas elétricos, assim como o companheiro Max... 

  • E um dia sortudo para a Ferrari

   Irreconhecível em relação à temporada passada, à equipe de Maranello seria oportuno aproveitar as nove máquinas menos no grid. E foi, pelo menos para Charles Leclerc, que, largando de sétimo, foi um dos destaques da corrida, lucrando um segundo lugar. Claramente sem potência, e ainda sob ajustes (necessários) a Ferrari figura, por hora, como equipe intermediária (estatisticamente, pior ano em qualificação em uma década, barrando o recorde negativo da temporada 2014). Sebastian Vettel, de malas feitas para deixar a equipe italiana ao final da temporada, largou de um modesto 11° lugar, finalizando apenas em décimo, à frente do estreante Nicholas Latifi, da Williams, mas por ter rodado na curva 3 ao atacar Carlos Sainz. O alemão não tem pré-contrato para a próxima temporada com as demais equipes, embora cogitada uma possível vaga na Mercedes.

  • Impotência na Renault

   Buscando voltar a mostrar um motor capaz (principalmente depois de deixar de fornecer para a Red Bull), a Renault teve um dos nove abandonos, quando Daniel Ricciardo teve problemas no novo motor da montadora francesa, sendo o segundo piloto a abandonar a corrida, depois de Max Verstappen. Das equipes do grid, a Renault é a mais forte que não tem nem um dos postos garantidos para a próxima temporada. Ricciardo cruzará o Canal da Mancha, estando a serviço da McLaren em 2021. Se por um lado Ricciardo foi uma decepção, Esteban Ocon foi uma surpresa que pode servir à equipe como uma ponta de esperança: largando do 14° lugar, o francês conseguiu um sólido 8° - os primeiros 4 pontos da equipe nesta temporada. Ocon tem apenas contrato até o fim deste ano. O bicampeão Fernando Alonso é um nome cogitado para volta à equipe que o consagrou em 2005 e 2006.




Decepção do australiano Daniel Ricciardo, um dos nove pilotos que abandonaram
(Reprodução: F1 / Globo)


  • George Russell 

   Uma das maiores promessas do automobilismo segue no limbo da Williams. Lamentavelmente, o que pareceria o início de uma redenção neste GP da Áustria, acabou em um nada, com o abandono do britânico. Chegando a estar em 12° (o que com os abandonos de Albon e Kvyat poderiam render um inesperado ponto para a equipe azul e branca), Russell abandonou na volta 51, provocando a entrada do safety car pela segunda vez (o SC entraria em ação mais uma vez, menso de dez voltas depois).


  • HAAS e um indício de um triste final

   A equipe americana, promessa de se tornar sensação da Fórmula 1 há algumas temporadas atrás, vai vivendo o drama de uma possível retirada do cenário da Fórmula 1. Pressionada por resultados a partir do seu próprio CEO (que revelou indiretamente insatisfação e impaciência em investimentos em vão), teve neste domingo, além de resultados igualmente inexpressíveis, seus dois carros fora da corrida (sendo a única equipe além da Red Bull a obter tal feito): primeiro com Kevin Magnussen perdendo o controle do carro ao tentar recuperar posição contra Ocon, na volta 25; e Romain Grosjean, que alegou problemas no motor, abandonando na volta 51.



  • Próximo GP: no mesmo circuito, como uma jogada segura para contornar o coronavírus, neste próximo fim de semana. Nomeado desta vez como Grande Prêmio da Estíria, nome da região onde se situa o circuito. Em mesmo horário: 10 da manhã.